Os
dados integram um estudo divulgado nesta sexta-feira (11) pelo IBGE
(Instituto Brasileiro de Geografia e EstatÃstica).
Trata-se
da segunda edição do levantamento Desigualdades Sociais por Cor ou Raça no
Brasil, que analisa disparidades existentes em áreas como mercado de
trabalho, moradia e educação.
No
caso da renda por hora, o indicador utilizado é o rendimento médio do trabalho
principal das pessoas ocupadas. Os dados são ajustados pela inflação.
Segundo
o IBGE, as desigualdades também são perceptÃveis em diferentes nÃveis de
escolaridade.
Entre
os trabalhadores com ensino superior completo ou mais, o rendimento médio por
hora dos brancos (R$ 34,40) foi em torno de 50% maior do que o dos pretos (R$
22,90) e cerca de 40% superior ao dos pardos (R$ 24,80).
“Observou-se que, quanto mais alto o
nÃvel de instrução, maior o rendimento, sendo significativo para quem possui o
ensino superior completo. Entretanto, as disparidades de rendimentos do
trabalho, sob a ótica da cor ou raça, estão presentes em todos os nÃveis de
instrução”, apontou o instituto.
Os resultados foram calculados a
partir de estatÃsticas da Pesquisa Nacional por Amostra de DomicÃlios ContÃnua 2021,
também produzida pelo IBGE.
Em termos mensais, o rendimento médio
dos trabalhadores brancos foi estimado em R$ 3.099 em 2021. A marca também
mostrou uma folga na comparação com os demais grupos.
Superou em cerca de 75% a renda
mensal dos pretos (R$ 1.764) e em 70% a dos pardos (R$ 1.814).
As diferenças vão além. Mais da metade
dos trabalhadores do paÃs em 2021 (53,8%) era formada por pretos e pardos, mas
os dois grupos, somados, ocupavam só 29,5% dos cargos gerenciais no mercado de
trabalho, diz o IBGE. Os brancos preenchiam 69% desses postos.
As
diferenças também são visÃveis nos dados de desemprego. Em 2021, a taxa de
desocupação foi de 11,3% para a população branca, de 16,5% para a preta e de
16,2% para a parda.
O
estudo ainda aponta que, no ano passado, o percentual de pessoas pobres no paÃs
era de 18,6% entre os brancos e praticamente o dobro entre os pretos (34,5%) e
os pardos (38,4%). A linha de pobreza considerada foi a recomendada pelo Banco
Mundial –de US$ 5,50 por dia ou R$ 486 mensais por pessoa.
BRANCOS TAMBÉM TÊM
MAIS ACESSO A COMPUTADORES, CARROS E OUTROS ITENS
O
IBGE ainda divulgou nesta sexta um recorte a partir da POF (Pesquisa de
Orçamentos Familiares), outro levantamento do instituto cujos dados analisados
são de 2017 e 2018.
À
época, de uma lista de 10 bens duráveis, 9 estavam mais presentes no dia a dia
da população branca.
O
computador, por exemplo, fazia parte da rotina de 54,7% dos brancos. Esse
percentual era de 38,9% entre os pretos e de 35% entre os pardos.
O
automóvel é outro exemplo da disparidade. A presença desse bem era de 61,6%
entre os brancos, bem acima dos Ãndices verificados entre a população preta
(34,7%) e a parda (37,4%).
A
motocicleta foi o único dos 10 produtos que teve maior presença na rotina dos
pretos (22,8%) e pardos (28,2%) do que na de brancos (22,6%). O veÃculo,
lembrou o IBGE, funciona como uma opção mais barata na comparação com os
carros.
Fonte:
https://www.geledes.org.br/brancos-recebem-cerca-de-70-a-mais-do-que-pretos-e-pardos-por-hora-de-trabalho/.
Acesso em 14/11/2022.
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