Em
um vídeo postado nas redes sociais, o atacante afirmou que “são danças para
celebrar a diversidade cultural do mundo”.
“Há
semanas, começaram a criminalizar as minhas danças. Danças que não são minhas,
são do Ronaldinho, do Neymar, do Paquetá, do Pogba, do Matheus Cunha, do
Griezmann e do João Félix. Dos funkeiros e sambistas brasileiros. Dos cantores
latinos de reggaeton e dos pretos americanos”, disse.
“Aceitem,
respeitem ou surtem. Eu não vou parar”, destacou.
Ele
ressaltou que sofreu com diversos ataques racistas durante a vida, assim como
questionamentos sobre a carreira. Observou, então, ações para educação que
lidera, disse querer que “as próximas gerações estejam preparadas, como eu
estou, para combater racistas e xenofóbicos” e que tenta ser um exemplo de
profissional e cidadão.
“Dizem
que felicidade incomoda. A felicidade de um preto, brasileiro, vitorioso na
Europa incomoda muito mais”, pontuou.
“Mas repito para você, racista: Eu não vou parar de bailar. Seja
no sambódromo, no Bernabéu [estádio do Real Madrid] ou onde eu quiser”,
finalizou.
Real Madrid também se pronuncia
O clube do brasileiro também publicou
uma nota em apoio ao atleta. Leia na íntegra abaixo:
“O Real Madrid CF repudia todo o tipo
de expressões e comportamentos racistas e xenófobos no campo do futebol, do
esporte e da vida em geral, como os lamentáveis e infelizes comentários feitos nas últimas horas contra o nosso jogador
Vinicius Junior”.
O Real Madrid quer mostrar todo o seu
amor e apoio a Vinicius Junior, um jogador que entende o futebol como uma
atitude perante a vida baseada na alegria, respeito e desportivismo.
O futebol, que é o esporte mais
global que existe, deve ser um exemplo de valores e convivência.
O clube instruiu seus serviços jurídicos
a tomar medidas legais contra qualquer pessoa que use expressões racistas
contra nossos jogadores”.
Entenda o caso
Na quinta-feira (15), o presidente da
Associação Espanhola de Empresários de Jogadores, Pedro Bravo, disse em um
programa da emissora espanhola Mega que Vini Jr. precisa “deixar de fazer
macaquice” [“hacer el mono”, em espanhol], em referência às danças que o
brasileiro costuma fazer após gols.
“Você tem que respeitar o adversário.
Quando você faz um gol, se quer dançar, que vá ao sambódromo no Brasil. Aqui o
que você tem que fazer é respeitar os companheiros de profissão, e deixar de
fazer macaquice”, afirmou Bravo.
Logo em seguida, o empresário foi
rebatido por outro comentarista. “Espera aí, um jogador que dança não está
‘fazendo macaquice’”, interrompeu Tomás Roncero, que é jornalista setorista do
Real Madrid no jornal espanhol As.
“Como que não?”, reiterou Bravo. “É
uma pessoa e você tem que respeitar isso”, disse Roncero.
Após a repercussão de
sua declaração racista, o empresário foi ao Twitter pedir desculpas pelo que
disse.
“Quero
esclarecer que a expressão “fazer macaquice” que utilizei mal para descrever a
dança de comemoração nos gols de Vinicius foi feita de maneira metafórica
(“fazer besteira”). Como minha intenção não era ofender ninguém, peço sinceras
desculpas. Sinto muito!”, escreveu.
Disponível
em: https://www.geledes.org.br/vinicius-jr-se-pronuncia-sobre-racismo-e-criticas-por-danca-eu-nao-vou-parar/.
Acesso em 18/09/2022.
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