Além deste,
são vários os indicadores que mostram como as mulheres ainda estão atrás dos
homens quando se trata de direitos:
- Cerca
de 2,4 bilhões de mulheres têm menos oportunidades e direitos econômicos
que homens no mundo;
- 178
países (93,6%)
mantêm barreiras legais que impedem a participação econômica plena das
mulheres;
- 95
países (50%)
não garantem a remuneração igualitária para trabalhos de igual valor;
- 86
países (45%) têm
restrição ao mercado de trabalho;
- Apenas 12 países (6,3%) têm condições iguais para
homens e mulheres em todas as áreas.
Os dados são
do Banco Mundial e
estão no relatório Mulheres, Empresas e o Direito 2022 divulgado nesta terça
(1). O órgão traduz as condições econômicas em pontos, com pontuação máxima de
100. Destes, as mulheres possuem 76,5 pontos, o
que significa que elas têm apenas três quartos dos direitos dos homens.
Apesar dos
resultados, alguns países tiveram, em 2021, esforços para melhorar as condições
legais das mulheres: 23 deles promoveram reformas nas leis. A
maioria estava relacionada a parentalidade (aumento
do tempo e melhoria das condições de licenças maternidade e paternidade), remuneração e trabalho (contra
restrições à entrada de mulheres em determinados trabalhos, assédio moral,
sexual e discriminação de gênero).
"As
mulheres não conseguirão conquistar a igualdade no ambiente de trabalho se
houver desigualdade dentro de casa. Isso significa nivelar as condições de
igualdade e garantir que as mulheres com filhos não sejam excluídas de sua
plena participação na economia e possam cumprir suas expectativas e
ambições", afirmou Carmen Reinhart, Vice-Presidente Sênior e
Economista-chefe do Grupo Banco Mundial, no relatório.
E o Brasil?
A região da
América Latina e do Caribe teve a terceira maior pontuação no levantamento,
com média de 80,4. Entre os 39 países com mais de 90
pontos, que equivalem a maior igualdade entre homens e mulheres, só dois estão
na região: nossos vizinhos Peru e Paraguai.
O Brasil tem nota 85 de 100 no índice do Banco Mundial.
Estamos no mesmo nível da Venezuela e atrás de outros 11 países da região, incluindo Bolívia,
México, Paraguai e República Dominicana. Quando se leva em conta os países do
mundo todo, há 60 com pontuações maiores que a nossa.
As áreas em
que o país está bem são mobilidade, ambiente de trabalho,
casamento e bens. Já as áreas em que ainda temos muito o que
melhorar são remuneração, cuidados parentais,
empreendedorismo e pensão e aposentadoria.
No Brasil, os direitos das trabalhadoras
incluem licença-maternidade de 120 dias (4 meses), tempo para amamentação até que
a criança atinja seis meses e dispensa para consultas médicas. Já a licença-paternidade dura só cinco dias e ainda é um desafio no país.
No ano
passado, um levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE) mostrou que a participação das mulheres no
mercado de trabalho aumentou, mas elas seguiram ganhando menos que os homens e
ocupando, cada vez menos, cargos gerenciais.
Fonte: https://g1.globo.com/economia/noticia/2022/03/01/mais-de-2-bilhoes-de-mulheres-tem-menos-oportunidades-e-direitos-economicos-que-homens-no-mundo.ghtml.
Acesso em 01/03/2022.
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