April Curley,
que trabalhou na companhia de 2014 até 2020, criava programas para recrutar
pessoas em faculdades e universidades historicamente negras.
“O Google está
engajado em um padrão nacional ou prática de discriminação racial
intencional, e mantém políticas que têm um impacto diferente contra
funcionários negros nos Estados Unidos”, afirma o processo, feito no
modelo de ação coletiva. O documento reúne queixas que os
funcionários negros expressaram ao longo dos anos sobre trabalhar no Google.
Mesmo tendo se
tornado um dos maiores empregadores privados nos Estados Unidos, a empresa tem
lutado para aumentar a diversidade racial e de gênero entre seus
funcionários – especialmente sua equipe de engenharia bem remunerada.
De acordo com
o relatório de diversidade de 2021, 4,4% dos funcionários do Google nos EUA
eram “Black+”, o que inclui aqueles que se identificam com mais de
uma raça, uma das quais é negra. Isso está muito abaixo da média nacional de
9,1% para empresas de buscadores digital, de acordo com o Bureau of Labor
Statistics.
Salários menores e empregos de nível inferior
Segundo o
processo aberto por Curley contra a companhia, o Google contratou vários
funcionários negros para fazer trabalhos inferiores ao que deveriam para sua
experiência. Por isso, ganhavam pior do que os empregados brancos.
Curley também
diz que a empresa fazia perguntas intencionalmente difíceis para que
candidatos negros se saíssem mal nas entrevistas, e acusa o Google de
contratar trabalhadores negros para empregos com salários mais baixos e com
menos potencial de avanço.
Além disso, a
ex-funcionária afirma que o ambiente de trabalho era hostil e que muitas
vezes era confundida com outras colegas negras. Ela também não
tinha permissão para falar ou apresentar durante reuniões importantes e,
uma vez, relatou que se sentiu humilhada e sexualizada quando um gerente
perguntou com quais colegas ela queria dormir.
O processo
diz, ainda, que o salário de Curley foi reduzido, e que em 2019 ela
foi repreendida por se manifestar em reuniões de equipe e desafiar as políticas
internas. Um ano depois, a empresa colocou-a em um plano de melhoria de
desempenho e a demitiu em setembro de 2020.
Disponível em: https://www.geledes.org.br/ex-funcionarios-acusam-google-de-racismo-nos-eua/.
Acesso em 21/03/2022.
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