Tudo começa com a safra do
caju, que na nossa região acontece entre os meses de novembro a janeiro, quando
as pessoas “catam” ou colhem a castanha debaixo dos “pés” de cajueiro, depois
colocam para secar, após alguns dias desenvolvem a prática de assar. Muitas
famílias nesse período acabam gerando renda a partir da castanha de caju, vendendo
o produto de forma crua ou assada, porém a maioria das pessoas assa a castanha
para consumo interno nas suas residências.
A seguir vejamos alguns passos desse processo de assar castanha.
1. Confecção
da “assadeira”, geralmente é realizada com o material de uma lata de tinta ou
outro tipo de flandre, a qual terá um formato quadrado com as bordas dobradas
para a castanha não derramar, além de furos no seu interior para o fogo
penetrar quando a castanha estiver “soltando” o óleo.
2. Preparação
do local que vai assar a castanha, geralmente usa-se dois ou quatro blocos, nos
quais a assadeira irá ficar posicionada.
3. Acender
o fogo, muitas vezes com palhas secas de coqueiro ou de licuri e com lenha
fina. Nesse momento a assadeira já deve ficar sobre os blocos, com a quantidade
de castanha possível de ser assada.
4. Após
o fogo acesso, a pessoa começa a “mexer” ou movimentar a castanha de um lado
paro o outro, geralmente com um pedaço de pau com mais de dois metros para
evitar se queimar, assim a castanha aos poucos vai “soltando” o óleo contido na
sua casca até o fogo tomar toda a assadeira.
5. Ao
passo que as castanhas “pegam” fogo, a pessoa que está assando, mantém os
movimentos com o pau, até reconhecer de forma hábil que as castanhas estão
assadas. Isso geralmente acontece quando o óleo expelido diminui.
6. Em
seguida, com dois paus retira-se a assadeira do fogo e joga as castanhas no
chão, apagando as chamas com terra, areia ou água.
7. Com
as castanhas frias, começa o processo de “quebrar” ou “partir”, objetivando
retirar da casca a amêndoa torrada, quando se coloca a castanha sobre uma pedra
e com um pedaço de pau defere-se leves pancadas na casca, até a amêndoa se
desprender.
8. Na
medida em que a castanha vai sendo “quebrada”, coloca-se em uma vasilha, até
concluir o processo da “quebra”, sendo que o destino final das amêndoas torradas
fica a critério da pessoa. Geralmente são consumidas puras, mas existe uma
variedade de receitas de doces, sorvestes, bolos, fubás, salgados e comidas
típicas com a castanha de caju.
Vale salientar que, por ser
uma atividade de risco, o ato de assar castanha não deve ser executado por
crianças, além disso a pessoa que estiver assando deve manter uma certa
distância da assadeira, uma vez que a castanha expele um óleo que pode gerar
queimaduras.
“Assim, quero agradecer as
pessoas citadas acima que ajudaram nessa prazerosa atividade realizada hoje em
Queimadas Nova. Assar castanha, certamente contribui para acusar
aspectos da memória e contribuir para se manter viva essa tradição da cultura
popular. Agora é só saborear as deliciosas castanhas, algo que fiz já no ato da
“quebra”, risos, salientou o professor Borges.
Por: Luís Carlos Borges da
Silva (professor Borges)
A
origem do caju
O caju vem do
cajueiro, árvore nativa da região litorânea do nordeste brasileiro.
O nome caju é
originário do tupi, e significa “noz que se produz”.
A fruta faz
parte da alimentação indígena há muitos séculos.
Costumava-se mascar a polpa ácida e adstringente do caju para refrescar o
hálito e fermentar o seu suco para ser bebido em rituais folclóricos.
Existem indícios
de que algumas civilizações calculavam o intervalo de um ano, de acordo com a
floração do caju que acontece
de maneira mais intensa entre os meses de setembro e novembro.
O
caju pelo mundo
O fruto
exótico chamou a atenção dos europeus já no século XVI. Segundo o historiador
português Pedro de Magalhães Gandavo, no “Tratado da Província do Brasil”, “se
come o caju para refrescar” e sua castanha é mais saborosa que a amêndoa
europeia.
O caju foi
levado pelos navios portugueses para as Índias e logo se espalhou pelo sudeste
asiático e para a África, adaptando-se muito bem ao clima.
Hoje a Índia é
um dos maiores produtores mundiais de caju, ao lado do Vietnã, Moçambique,
Nigéria, Costa do Marfim e Brasil.
Um
fruto falso?
Sim, em termos
botânicos não é considerado um fruto. O verdadeiro fruto do cajueiro é a
castanha de caju.
Isso ocorre
porque cientificamente um fruto é uma estrutura criada a partir do ovário da
flor, para proteger suas sementes.
Neste caso, é
a castanha que nasce do ovário da flor. A parte da planta que desenvolve a
polpa amarelada, a qual conhecemos como caju propriamente dito, é chamada de
pedúnculo. Por isso, o é classificado como um pseudofruto ou um fruto
acessório.
Nutrientes
da fruta
O caju é um
alimento rico em vitamina C; ele tem aproximadamente 5 vezes mais vitamina
C do que a laranja, por exemplo.
Por esse
motivo, é um ótimo reforço para o nosso sistema imunológico. Quanto mais maduro, maior
quantidade de vitamina C ele possui.
Também é fonte
de sais minerais, como o zinco e ferro. Além de auxiliar na cicatrização de
feridas e combate a infecções e inflamações, previne a anemia.
Outros minerais encontrados na polpa são o cálcio –
que fortalece os ossos do corpo -, o fósforo – que participa do metabolismo de
micronutrientes do corpo, e o cobre – que melhora a saúde da pele e dos
cabelos.
Os aminoácidos de cadeia ramificada presentes no
caju auxiliam a perda de peso. Pois estimulam o uso da gordura como fonte de
energia durante as atividades físicas.
Por ser rico em fibras, estimula o funcionamento do
sistema digestivo do organismo também. Além disso, é um alimento pouco
calórico.
A castanha de caju é fonte de:
- Vitamina E – um potente antioxidante do organismo;
- Ômega 3 – diminui o risco de doenças cardiovasculares e
inflamações;
- Selênio – reduz a incidência de câncer e melhora sintomas de enxaqueca;
- Aminoácido triptofano – ajuda a reduzir sintomas de depressão.
O consumo moderado do caju e de
sua castanha pode ser um excelente auxiliar para uma dieta saudável, saborosa e
variada.
Disponível
em: https://alimentacaoemfoco.org.br/beneficios-do-caju/.
Acesso em 02/03/2022.
1 Comentários