ASSANDO CASTANHA DE CAJU

 



Hoje (02/03/2022), realizei com muito prazer uma atividade da época de adolescente e jovem, ou seja, assar castanha de caju, algo vinculado a cultura popular, principalmente na região Nordeste. A atividade foi desenvolvida na localidade de Queimadas Nova, município de Governador Mangabeira, na residência dos meus saudosos pais (Estevam Borges da Silva e Maria Medeiros da Silva), onde hoje reside o meu irmão Cacau Borges com sua família. Enquanto eu assava, outras pessoas ajudaram no processo de “quebrar” ou “partir” a castanha (Mirian, Vardilon, Jusiara, Jefferson, Jakson e Vinicius).

Tudo começa com a safra do caju, que na nossa região acontece entre os meses de novembro a janeiro, quando as pessoas “catam” ou colhem a castanha debaixo dos “pés” de cajueiro, depois colocam para secar, após alguns dias desenvolvem a prática de assar. Muitas famílias nesse período acabam gerando renda a partir da castanha de caju, vendendo o produto de forma crua ou assada, porém a maioria das pessoas assa a castanha para consumo interno nas suas residências.  A seguir vejamos alguns passos desse processo de assar castanha.

1.   Confecção da “assadeira”, geralmente é realizada com o material de uma lata de tinta ou outro tipo de flandre, a qual terá um formato quadrado com as bordas dobradas para a castanha não derramar, além de furos no seu interior para o fogo penetrar quando a castanha estiver “soltando” o óleo.  

2.   Preparação do local que vai assar a castanha, geralmente usa-se dois ou quatro blocos, nos quais a assadeira irá ficar posicionada.  

3.   Acender o fogo, muitas vezes com palhas secas de coqueiro ou de licuri e com lenha fina. Nesse momento a assadeira já deve ficar sobre os blocos, com a quantidade de castanha possível de ser assada.

4.   Após o fogo acesso, a pessoa começa a “mexer” ou movimentar a castanha de um lado paro o outro, geralmente com um pedaço de pau com mais de dois metros para evitar se queimar, assim a castanha aos poucos vai “soltando” o óleo contido na sua casca até o fogo tomar toda a assadeira.

5.   Ao passo que as castanhas “pegam” fogo, a pessoa que está assando, mantém os movimentos com o pau, até reconhecer de forma hábil que as castanhas estão assadas. Isso geralmente acontece quando o óleo expelido diminui.

6.   Em seguida, com dois paus retira-se a assadeira do fogo e joga as castanhas no chão, apagando as chamas com terra, areia ou água.

7.   Com as castanhas frias, começa o processo de “quebrar” ou “partir”, objetivando retirar da casca a amêndoa torrada, quando se coloca a castanha sobre uma pedra e com um pedaço de pau defere-se leves pancadas na casca, até a amêndoa se desprender.

8.   Na medida em que a castanha vai sendo “quebrada”, coloca-se em uma vasilha, até concluir o processo da “quebra”, sendo que o destino final das amêndoas torradas fica a critério da pessoa. Geralmente são consumidas puras, mas existe uma variedade de receitas de doces, sorvestes, bolos, fubás, salgados e comidas típicas com a castanha de caju. 

Vale salientar que, por ser uma atividade de risco, o ato de assar castanha não deve ser executado por crianças, além disso a pessoa que estiver assando deve manter uma certa distância da assadeira, uma vez que a castanha expele um óleo que pode gerar queimaduras.

“Assim, quero agradecer as pessoas citadas acima que ajudaram nessa prazerosa atividade realizada hoje em Queimadas Nova. Assar castanha, certamente contribui para acusar aspectos da memória e contribuir para se manter viva essa tradição da cultura popular. Agora é só saborear as deliciosas castanhas, algo que fiz já no ato da “quebra”, risos, salientou o professor Borges.

Por: Luís Carlos Borges da Silva (professor Borges) 

A origem do caju

O caju vem do cajueiro, árvore nativa da região litorânea do nordeste brasileiro.

O nome caju é originário do tupi, e significa “noz que se produz”.

A fruta faz parte da alimentação indígena há muitos séculos. Costumava-se mascar a polpa ácida e adstringente do caju para refrescar o hálito e fermentar o seu suco para ser bebido em rituais folclóricos.

Existem indícios de que algumas civilizações calculavam o intervalo de um ano, de acordo com a floração do caju que acontece de maneira mais intensa entre os meses de setembro e novembro.

O caju pelo mundo

O fruto exótico chamou a atenção dos europeus já no século XVI. Segundo o historiador português Pedro de Magalhães Gandavo, no “Tratado da Província do Brasil”, “se come o caju para refrescar” e sua castanha é mais saborosa que a amêndoa europeia.

O caju foi levado pelos navios portugueses para as Índias e logo se espalhou pelo sudeste asiático e para a África, adaptando-se muito bem ao clima.

Hoje a Índia é um dos maiores produtores mundiais de caju, ao lado do Vietnã, Moçambique, Nigéria, Costa do Marfim e Brasil.

Um fruto falso?

Sim, em termos botânicos não é considerado um fruto. O verdadeiro fruto do cajueiro é a castanha de caju.

Isso ocorre porque cientificamente um fruto é uma estrutura criada a partir do ovário da flor, para proteger suas sementes.

Neste caso, é a castanha que nasce do ovário da flor. A parte da planta que desenvolve a polpa amarelada, a qual conhecemos como caju propriamente dito, é chamada de pedúnculo. Por isso, o é classificado como um pseudofruto ou um fruto acessório.

Nutrientes da fruta

caju é um alimento rico em vitamina C; ele tem aproximadamente 5 vezes mais vitamina C do que a laranja, por exemplo.

Por esse motivo, é um ótimo reforço para o nosso sistema imunológico. Quanto mais maduro, maior quantidade de vitamina C ele possui.

Também é fonte de sais minerais, como o zinco e ferro. Além de auxiliar na cicatrização de feridas e combate a infecções e inflamações, previne a anemia.

Outros minerais encontrados na polpa são o cálcio – que fortalece os ossos do corpo -, o fósforo – que participa do metabolismo de micronutrientes do corpo, e o cobre – que melhora a saúde da pele e dos cabelos.

Os aminoácidos de cadeia ramificada presentes no caju auxiliam a perda de peso. Pois estimulam o uso da gordura como fonte de energia durante as atividades físicas.

Por ser rico em fibras, estimula o funcionamento do sistema digestivo do organismo também. Além disso, é um alimento pouco calórico.

A castanha de caju é fonte de:

  • Vitamina E – um potente antioxidante do organismo;
  • Ômega 3 – diminui o risco de doenças cardiovasculares e inflamações;
  • Selênio – reduz a incidência de câncer e melhora sintomas de enxaqueca;
  • Aminoácido triptofano – ajuda a reduzir sintomas de depressão.

O consumo moderado do caju e de sua castanha pode ser um excelente auxiliar para uma dieta saudável, saborosa e variada.

Disponível em: https://alimentacaoemfoco.org.br/beneficios-do-caju/. Acesso em 02/03/2022.

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1 Comentários

Boas lembrancas professor Borges,e muito bom assar castanhas e ao partir ou quebrar comer logo