Questões abolicionistas – o
encaminhamento da abolição da escravidão, abalou as relações políticas entre o
governo monárquico e os proprietários de terras que ainda mantinham o regime
escravista. Estes não se conformaram com a abolição e, sentindo-se abandonados
pela monarquia, passaram a apoiar a causa republicana.
Movimento Republicano –
visando apoiar seu poder político, um grupo de cafeicultores e profissionais
liberais lançou no Rio de Janeiro em 1870 o Manifesto Republicano. O documento
defendia a República e o federalismo e estimulou o surgimento de jornais e
partidos republicanos. Em 1873, nascia em Itu (São Paulo), o Partido
Republicano Paulista (PRP). Dos 133 fundadores do PRP, 78 eram grandes cafeicultores
do oeste paulista.
A Questão Religiosa – em
1864, o Papa Pio IX, lançou uma bula condenando a maçonaria. Os bispos de
Olinda e do Pará puniram maçons, impedindo-os de frequentar a Igreja e
participar das irmandades. D. Pedro II, que era maçom, condenou os bispos a 4
anos de prisão. A punição gerou grande revolta entre os católicos, muitos deles
passaram a apoiar a causa republicana.
A Questão Militar –
depois da Guerra do Paraguai, o exército foi adquirindo maior força e expressão
política dentro da sociedade brasileira. Nessa época os militares eram
proibidos de manifestar na imprensa e não podiam participar das decisões
políticas. Eles reivindicavam melhoria nos armamentos, nos salários e
participação política. Assim, muitos militares passaram apoiar as ideias
republicanas.
Proclamação da República e
os primeiros Presidentes
A oposição de tantos setores
da sociedade levou a monarquia a uma crise sem precedentes. Assim, em 15 de
novembro de 1889, Deodoro da Fonseca liderou um golpe de Estado contra a
monarquia, na cidade do Rio de Janeiro, e a tropa comemorou o início da
República no Brasil.
D. Pedro II, que estava em
Petrópolis, recebeu um comunicado para se retirar do país, fato que aconteceu
em 18 de novembro de 1889.
Vale salientar, que para a
população mais pobre de todo país, a República não trouxe nenhuma esperança de
uma vida melhor.
O período de 1889-1894 é
conhecido como República da Espada pelo fato de o país ter sido
governado por militares; já o período de 1894-1930 é chamado de República
Oligárquica, pois o poder esteve, em grande parte nas mãos das famílias
poderosas de cada estado, chamadas de oligarquias.
O governo de Deodoro da
Fonseca
Separou a Igreja Católica do
Estado e criou o registro civil para nascimento, casamento e óbito.
Os cemitérios deixaram de
ser controlados pela Igreja e passaram ao controle das autoridades municipais.
Criou novos símbolos
nacionais; a nova bandeira tinha o lema uma máxima de inspiração positivista:
Ordem e Progresso
Política do Encilhamento – durante
a gestão de Deodoro da Fonseca, o Ministro da Fazenda, Rui Barbosa promoveu uma
reforma financeira, principalmente para incentivar a industrialização.
Rui Barbosa, autorizou os
bancos a emitir moedas para e a conceder empréstimos as pessoas que desejassem
abrir uma empresa, porém essa medida levou a especulação, com criação de
empresas fantasmas, que só existiam no papel.
As ações dessas empresas
eram vendidas na Bolsa de Valores, mas quando os acionistas tentavam
vender suas ações, percebiam que elas não tinham nenhum valor.
Os preços das ações
despencaram, muitos investidores perderam seu dinheiro para os especuladores e
muitas empresas regulares fecharam as portas.
Com isso, nos dois primeiros
anos da República, a inflação disparou, saltando de 1,1% para 89,9%, e a
moeda brasileira despencou. Diante dessa crise, Rui Barbosa pediu demissão em
janeiro de 1891.
O termo encilhamento, vem
de encilhar, ou seja, arrear o cavalo, preparando-o para uma corrida. Assim, a
reforma gerou grande movimento na Bolsa de Valores do Rio de Janeiro, que era
semelhante a um hipódromo em dia de corrida.
Primeira Constituição da
República
Inspirada no modelo dos
Estados Unidos, a primeira Constituição da República foi promulgada em 24 de
fevereiro de 1891.
Governo e Estado – O
Brasil adotou a República com forma de governo, com o sistema presidencialista.
O Estado passou a ser federalista (República Federativa dos Estados Unidos
do Brasil), ou seja, as províncias do Império se transformaram em 20
estados-membros, os quais ganharam autonomia com uma constituição própria.
Divisão dos Poderes – o
Estado brasileiro passou a ter três poderes independentes – Executivo (exercido
pelo presidente e o vice). Legislativo (exercido pelo Congresso Nacional) e
Judiciário (exercido pelo Supremo Tribunal Federal).
Voto –
foi abolido o voto censitário, porém somente os homens maiores de 21 anos,
brasileiros e alfabetizados podiam votar, desde quando não fossem soldados ou
membros do clero. As mulheres não tinham direito a voto. A maioria da população
foi excluída de exercer sua cidadania. O voto era aberto e não existia Justiça
Eleitoral.
Governo de Floriano Peixoto
Floriano Peixoto foi eleito
vice-presidente junto com Deodoro da Fonseca (eleição indireta), após a
renúncia de Fonseca em 1891, Peixoto assumiu a presidência.
Para agradar a população
mais pobre baixou o preço do aluguel, da carne, do feijão e do pão e criou uma
lei para construir casas populares.
No seu governo teve que
enfrentar a oposição de civis e militares que desejavam sua renúncia e novas
eleições.
Outro desafio do seu governo
foi a Revolução Federalista, uma guerra civil sangrenta pela disputa do poder
no Rio Grande do Sul (1893). De um lado, estavam os seguidores do republicano
Júlio de Castilho (conhecidos como pica-paus). De outro, os adeptos de Gaspar
Silveira (apelidados de maragatos).
Já no Rio de Janeiro,
iniciou a Segunda Revolta da Armada (1893), a qual exigia a renúncia de
Floriano Peixoto.
Peixoto conseguiu dinheiro
com os cafeicultores paulistas e reprimiu as duas revoltas.
Devido a sua maneira
energética e autoritária de enfrentar os adversários políticos, Floriano ficou
conhecido como Marechal de Ferro.
Por: Luís Carlos Borges
da Silva (Professor Borges) – professor de História do Colégio Estadual
Professor Edgard Santos (CEPES) – Governador Mangabeira (BA) e da Escola São
Luís – Muritiba (BA).
Referências:
BOULOS JUNIOR, Alfredo. História
– Sociedade e Cidadania, Ensino Médio, Volume III, 2ª ed. São Paulo: FTD,
2016.
COTRIM, Gilberto. História Global. Volume III. 3ª ed. São Paulo: Saraiva, 2007.
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