“Muito feliz em ser eleito para a
cadeira 20 da Academia Brasileira de Letras. Obrigado a todos pela torcida e
obrigado aos agora colegas de Academia pela escolha”, disse o artista em uma
rede social.
Gil acompanhou a votação na casa de
amigos em Ipanema, na Zona Sul do Rio, já que uma norma da ABL proíbe que
candidatos participem da sessão.
O artista é, atualmente, o segundo
negro a ocupar uma cadeira na ABL. O outro imortal é o escritor e professor
Domício Proença Filho, que foi presidente da academia em 2016 e 2017.
Para a vaga também concorreram o
poeta Salgado Maranhão (7 votos), e o autor e crítico literário Ricardo Daunt
(nenhum voto).
Participaram da eleição 34 acadêmicos
de forma presencial ou virtual — um não votou por motivo de saúde. Foram 4
votos em branco e 2 nulos.
”GILBERTO
GIL TRADUZ O DIÁLOGO ENTRE A CULTURA ERUDITA E A CULTURA POPULAR. POETA DE UM
BRASIL PROFUNDO E COSMOPOLITA. ATENTO A TODOS OS APELOS E DEMANDAS DE NOSSO
POVO. NÓS O RECEBEMOS COM AFETO E ALEGRIA”, DECLAROU O PRESIDENTE DA ABL,
ACADÊMICO MARCO LUCCHESI.
Gilberto Gil é um cantor, compositor,
multi-instrumentista e produtor musical cuja obra se confunde com a própria
música brasileira. Entre 1998 e 2019, ele recebeu 9 prêmios Grammys, segundo
a sua página oficial. Em 1999, foi nomeado “Artista pela Paz”, pela
Unesco.
São dele os clássicos “Aquele
Abraço”, “Vamos Fugir”, “A Novidade”, “Cálice”, “Esotérico”, “Divino
Maravilhoso”. Ele tem uma extensa discografia com mais de 60 álbuns e quase 4
milhões de cópias vendidas.
Gilberto Gil também escreveu e
publicou livros sozinho e em parceria com outros autores. Entre as obras estão
“Gilberto bem Perto”, “Disposições Amoráveis” e “Cultura pela palavra: artigos,
entrevistas e discursos dos ministros da cultura 2003-2010”.
Em 2001, Gil foi nomeado embaixador
da ONU para agricultura e alimentação. Ele também foi ministro da Cultura do
Brasil, entre 2003 e 2008, durante dois mandatos do ex-presidente Lula.
Gil deve assumir o posto em março de
2022, quando o órgão volta do recesso de fim de ano.
Antes, a cadeira 20 estava ocupada
pelo acadêmico e jornalista Murilo Melo Filho, que morreu em maio de 2020.
Outros ocupantes foram Salvador de Mendonça (fundador) – que escolheu como
patrono Joaquim Manuel de Macedo –, Emílio de Meneses, Humberto de Campos,
Múcio Leão e Aurélio de Lyra Tavares.
Fernanda
Montenegro ocupa cadeira 17
No dia 4 de novembro, a
atriz Fernanda Montenegro, de 92 anos, foi eleita por maioria absoluta à
cadeira de número 17 da ABL. Ela recebeu 32 dos 34 votos dos
acadêmicos — 2 foram brancos.
“É algo assim, é uma viagem no
imaginário, uma viagem no sublime. A minha arte não é imortal. A arte do ator é
enquanto ele está ali vivo, presente em carne e osso. Mas, de uma forma
poética, vamos dizer que é imortal”, disse a atriz em entrevista a Malu
Gaspar, do Jornal O Globo.
Fonte: https://www.geledes.org.br/gilberto-gil-e-eleito-para-a-cadeira-20-na-academia-brasileira-de-letras-muito-feliz/.
Acesso em 12/11/2021.
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