Puxada pelo aumento do preço da
gasolina, esta foi a maior taxa para um mês de agosto desde 2000, embora levemente abaixo dos 0,96%
registrados em julho.
Desde março, o indicador acumulado em 12 meses tem
ficado cada vez mais acima do teto da meta estabelecida pelo governo para a
inflação deste ano, que é de 5,25%.
O IBGE destacou que, em agosto, o indicador
acumulado em 12 meses ficou acima de 10% em 8 das 16 regiões pesquisadas.
Inflação disseminada
A inflação está cada vez mais disseminada, ou seja,
atingindo cada vez mais itens de consumo do brasileiro. Dos nove grupos de
produtos e serviços pesquisados pelo IBGE para a composição do IPCA, oito
registraram aumento de preços em agosto.
Além disso, o índice de difusão do IPCA - que
reflete o espalhamento da alta de preços entre os 377 produtos e serviços
pesquisados - passou de 64% em julho para 72% em agosto. Desde dezembro do ano
passado esse índice não ultrapassava os 70%.
- Veja
o resultado para cada um dos grupos pesquisados:
- Alimentação e bebidas: 1,39%
- Habitação: 0,68%
- Artigos de residência: 0,99%
- Vestuário: 1,02%
- Transportes: 1,46%
- Despesas pessoais: 0,64%
- Educação: 0,28%
- Comunicação: 0,23%
- Saúde e cuidados pessoais: -0,04%
Os combustíveis foram o 'vilão' da inflação no mês. Segundo
o IBGE, a alta foi de 2,96%, acima dos 1,24% do mês anterior. Só a gasolina, com alta de 2,80%, foi responsável por 0,17 ponto
percentual da inflação mensal, sendo o item com o maior impacto individual
sobre o índice. Etanol (4,50%), gás veicular (2,06%) e óleo diesel
(1,79%) também ficaram mais caros no mês.
“O preço da gasolina é influenciado pelos reajustes
aplicados nas refinarias de acordo com a política de preços da Petrobras",
disse em nota o analista da pesquisa, André Filipe Guedes Almeida.
Almeida destacou que "o dólar, os preços no
mercado internacional e o encarecimento dos biocombustíveis são fatores que
influenciam os custos, o que acaba sendo repassado ao consumidor final".
No ano, a gasolina acumula alta de 31,09%, o etanol
40,75% e o diesel 28,02%.
Peso dos transportes e passagens aéreas mais
baratas
Puxados pelos combustíveis, os transportes tiveram
alta de 1,46% em agosto, exercendo a maior influência sobre o IPCA entre os
grupos.
Tiveram alta também, aqui, veículos próprios
(1,16%), com alta de 1,98% nos automóveis usados, 1,79% nos novos, e 1,01% em
motocicletas. Já os transportes públicos tiveram queda média de 1,21%, sob
influência de uma queda de 10,69% nos preços das passagens
aéreas.
Alimentos seguem em alta
Os preços dos alimentos não deram trégua para os
consumidores em agosto: com alta de 1,39% (mais do dobro da alta de 0,60%
registrada em julho), tiveram o segundo maior peso sobre o IPCA de agosto.
Veja as principais altas entre os itens:
- batata-inglesa: 19,91%
- café moído: 7,51%
- frango em pedaços: 4,47¨
- frutas: 3,90%
- carnes: 0,63%
Alta da conta de luz perde força, mas ainda
pressiona
Vilã da inflação do mês passado, a alta da energia
perdeu força em agosto, subindo 1,10% (em julho, foi de 7,88%) – mas seguiu
pressionando as contas.
“O resultado é consequência dos reajustes
tarifários em Vitória, Belém e em uma das concessionárias em São Paulo. Além
disso, a bandeira tarifária vermelha patamar 2, que adiciona R$ 9,492 a cada
100 kWh consumidos, vigorou nos meses de julho e agosto”, afirmou André Filipe
Almeida.
Os preços do gás encanado (2,70%) e do gás de
botijão (2,40%) também subiram.
Fonte: https://g1.globo.com/economia/noticia/2021/09/09/inflacao-oficial-fica-em-087percent-em-agosto.ghtml.
Acesso em 09/09/2021.
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