Desde o fim dos Jogos do Rio, Isaquias
começou a se preparar para Tóquio. O próprio Morlán via como positivo ele não
ter conseguido o ouro olímpico para poder chegar em Tóquio com mais “fome” de
medalhar. O atleta ficou mais forte e rápido, mas também teve alguns problemas
no caminho. O primeiro foi a perda de Morlán, espanhol que levou a canoagem
brasileira para um outro patamar, mas que faleceu em novembro de 2018.
O auxiliar Lauro de Souza Júnior assumiu
os treinamentos na canoa, seguindo todos os ensinamentos do antigo técnico,
incluindo a programação de treinos. A pandemia de covid-19 pouco afetou
Isaquias, que treinava em um local isolado em Lagoa Santa, em Minas Gerais. Mas
aí pouco antes da Olimpíada, ele perdeu para Tóquio seu parceiro Erlon de
Souza, que por causa de problemas no quadril não poderia competir. Então
Isaquias chegou a Tóquio sem seu fiel escudeiro no C2 e acabou ficando fora do
pódio na prova.
Sair de Tóquio com uma medalha tinha
virado obsessão para Isaquias, ainda mais após o quarto lugar em sua primeira
disputa no Japão, no C2 1.000m, ao lado de Jacky Godmann. Ele acabou ficando
fora do pódio e isso o deixou com mais vontade ainda para a disputa individual.
Tanto que sobrou nas eliminatórias e se classificou direto para as quartas de
final.
Nesta sexta-feira, manhã de sábado no
Japão, ele disputou a semifinal e participou da segunda bateria. Liderou toda a
prova, até poupando um pouco de energia no final, e ficou à frente de Serghei
Tarnovschi, da Moldávia, de Conrad Scheibner, da Alemanha, e de Zheng Pengfei,
da China. Na outra semifinal quem liderou foi o francês Adrien Bart, seguido
pelo chinês Hao Lin, pelo checo Martin Fuksa e pelo cubano Fernando Jorge.
Na final, ele começou bem e passou a
marca de 250m na terceira posição. Na metade da prova, estava em segundo, mas
colado no chinês Liu Hao. A partir daí aumentou o ritmo, aumentou a distância e
fechou a prova com tranquilidade em 4min04s408. A prata ficou com Liu Hao, da
China, e o bronze com Tarnovschi.
Isaquias é baiano de Ubaitaba, cidade que
fica próxima a Ilhéus e que fez uma festa para acompanhar a final do filho
ilustre. Quando ele fez história nos Jogos do Rio, cinco anos atrás, desfilou
em carro de bombeiro com suas três medalhas: ele foi o primeiro brasileiro a
realizar tal feito em um única edição da Olimpíada.
Na ocasião, ele ganhou a medalha de prata
no C1 1.000m e conquistou outra da mesma cor no C2 junto com Erlon de Souza,
também nos 1.000m. E ainda garantiu um bronze no C1 200m, algo raríssimo porque
para uma distância curta precisa fazer um outro tipo de prova, com mais
velocidade e menos resistência.
Aos 27 anos, ele coloca seu quarto pódio
olímpico e vai se firmando como um dos maiores atletas brasileiros na história.
E já vislumbra um bom desempenho nos Jogos de Paris, em 2024. Lá haverá a
distância de 500m, algo que agrada ao canoísta e pode ajudar a ampliar ainda
mais sua coleção de medalhas olímpicas.
Fonte: https://www.geledes.org.br/isaquias-ganha-medalha-de-ouro-na-canoagem-velocidade-e-completa-sua-colecao/.
Acesso em 07/08/2021.
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