A semana começou com o gás de cozinha mais caro. O
preço médio do gás liquefeito de petróleo (GLP) sofreu reajuste de 5,9% nas
distribuidoras, passando para R$ 3,40 por quilo. A Petrobras anunciou o aumento
na última sexta-feira (11). Desde o início do desgoverno Bolsonaro, o GLP
acumula alta de 57% nas refinarias da Petrobras, e, há tempos, o botijão de 13kg custa mais de R$
100 para os consumidores na maioria das regiões metropolitanas.
Após um período de queda no início da pandemia, este
é o décimo-quarto aumento consecutivo no preço do gás de cozinha, e o quinto em
2021. Em janeiro, a Petrobras elevou o preço em 6%. Em fevereiro, a alta foi de
5,1%. Em março, o reajuste médio foi de R$ 0,15 e, em abril, de 5%.
Em maio, mesmo sem reajuste nas refinarias, o preço
do gás de cozinha subiu 1,24%, em média, em todo o Brasil, segundo o Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Postagem na manhã desta segunda-feira (14) no perfil
do líder da bancada do PT na Câmara dos Deputados, Elvino Bohn Gass (RS),
resumiu o sentimento da maioria da população. “O gás de cozinha subiu 24%. A
inflação do período foi de 8%. E o governo diz que não pode fazer nada. Carne,
arroz, óleo de soja, ovo, feijão, tudo mais caro. E o governo diz que não pode
fazer nada. Pode, sim. Pode pedir pra sair. E, se não o fizer, façamos nós.
#ForaBolsonaro”, afirmou.
No início do ano, em meio a uma onda de
descontentamento com a escalada de preços administrados pela Petrobras, Jair
Bolsonaro, tentando se eximir de responsabilidade, nomeou o general Joaquim
Silva e Luna para a presidência da estatal. Ao anunciar a demissão de Roberto
Castello Branco, reclamou de reajustes “fora da curva”.
Em março, Bolsonaro chegou a zerar a alíquota de PIS
e Cofins que incide sobre o gás de cozinha, mas a redução no preço não chegou
ao consumidor. “Muitas companhias já avisaram que, analisando a planilha de
custos, não poderão repassar a queda do imposto, ou seja, a medida só vai
ajudar a aumentar a lucratividade das distribuidoras”, disse na ocasião o
presidente da Associação Brasileira dos Revendedores de Gás Liquefeito de
Petróleo (Asmirg), Alexandre Borjaili.
Ao anunciar o reajuste da vez, a Petrobras também
tentou se eximir, argumentando que buscava evitar o repasse imediato para os
preços internos da volatilidade externa causada por eventos conjunturais.
“Nossos preços seguem buscando o equilíbrio com o mercado internacional e
acompanham as variações do valor dos produtos e da taxa de câmbio, para cima e
para baixo”, afirmou a companhia em comunicado.
“Os valores praticados nas refinarias são diferentes
dos percebidos pelo consumidor final no varejo”, prosseguiu a empresa,
lembrando que ao preço do GLP para o consumidor são acrescidos “tributos
federais e estaduais, custos para envase pelas distribuidoras, além dos custos
e margens das companhias distribuidoras e dos revendedores”.
O governador da Bahia, Rui Costa, respondeu nas redes
sociais na manhã desta segunda. “A Bahia tem a menor tributação do País para o
gás de cozinha. Infelizmente, o Governo Federal não tem uma política para
combustíveis e energia no Brasil e o preço do gás segue subindo, um absurdo. Em
qualquer lugar do mundo, energia é tratada como questão prioritária, menos
aqui”, criticou Costa.
Fonte: https://pt.org.br/gas-de-cozinha-fica-mais-caro-e-acumula-alta-de-57-com-bolsonaro/.
Acesso em 14/06/2020
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