Autor: Jânio Roque Barros de Castro.
As festas juninas do passado eram eventos predominantemente familiares, nos quais às práticas profanas se mesclavam mitos, lendas e elementos da religiosidade. Nos eventos festivos do presente, nota-se uma ampliação do caráter profano e um processo de ressignificação dos seus aspectos folclóricos, ao tempo em que se nota uma projeção espetacular, atraindo milhares de pessoas para determinadas cidades. Apesar de mobilizar em diferentes intensidades todos os municípios da Região Nordeste do Brasil, o São João espetacularizado apresenta uma dimensão espacial, imagética, e quantitativa mais expressiva em determinadas unidades urbanas do território baiano, que exercem uma centralidade festiva sazonal, destacando-se notadamente em termos de projeção midiática.
Na presente obra, analisam-se a dinâmica territorial, os impactos e as especificidades das festas juninas espetacularizadas no espaço urbano de Amargosa, Cachoeira e Cruz das Almas, no Recôncavo baiano, destacando as formas de inserção e adequação desses eventos em espaços públicos importantes na malha urbana local, bem como busca-se entender as suas interfaces com outros eventos realizados em espaços privados, a exemplo de fazendas periurbanas. Para a consignação dos objetivos, utilizou-se um referencial teórico-conceitual que foi relacionado analiticamente a dados quantitativos e qualitativos e a documentos institucionais.
A pesquisa revelou que apesar do caráter espetacular e mercadológico das festas juninas da atualidade, utilizadas como promotoras do city marketing e da turistificação pelas municipalidades nos principais pólos juninos baianos, as festividades da dimensão familiar e comunitária coexistem nos interstícios desses grandes eventos, como formas de entretenimento festivo reinventadas.
Jânio Roque Barros de Castro - Mestre em Geografia e Doutor em Arquitetura e Urbanismo pela UFBA. Professor Titular da Universidade do Estado da Bahia - UNEB,
Fonte: Facebook - Janio Roque Castro
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