Adhemar Ferreira da Silva, primeiro Bicampeão Olímpico do Brasil, paulista, nasceu em 29 de setembro de 1927, de família pobre. Pai ferroviário, mãe cozinheira, o menino do Bairro Casas verde passou a infância ajudando a mãe nos seus afazeres, começou a vida como atleta com vinte anos, mesmo assim, como uma atividade secundária.
Era virtuoso
e os técnicos perceberam o dom, no primeiro ano de competição, no Troféu
Brasil. Em 1947 saltou 13,05m naquilo que era melhor, o salto triplo. Depois disso
foi apenas sucesso, dois anos depois já era nome famoso na América do Sul, em
1949 quebrou o recorde sul-americano com 15,51m, e no ano seguinte quebrou duas
vezes o mesmo recorde.
Tornou-se
o primeiro homem a saltar acima de 16m, batendo o recorde mundial no Estádio
Célio de Barros, anexo ao Maracanã. Tricampeão pan-americano, em 1951, 1955 e
1959, em 1955 alcançou a marca de cinco recordes mundiais.
Os
feitos Olímpicos aconteceram nas Olimpíadas da Finlândia, em1952, com um salto
de 16,22m e em Melbourne, na Austrália, em 1956 alcançando a marca de 16,35m.
Finalizou a carreira olímpica em 1960 aos 33 anos. Embora pareça uma
decadência, por toda essa década alcançar a marca de apenas dezesseis metros
era algo sobre-humano, não à toa nas Olimpíadas da Austrália recebeu a alcunha
de “Canguru Brasileiro”.
Adhemar
Ferreira é o único brasileiro ao integrar o Hall da Fama do Atletismo, seu nome
foi imortalizado em 2012, onze anos depois da sua morte.
Além
dos grandes feitos no atletismo, soma-se ao currículo a formação de escultor
pela Escola Técnica Federal de São Paulo, pela Escola do Exército formou-se em Educação
Física, bacharel em Direito na Faculdade Nacional de Direito da Universidade do
Brasil e de sobra frequentou os bancos da famosa Faculdade de Comunicação
Social Càsper Libero em São Paulo, graduando-se emRelaçõesPúblicasem1990.
Adhemar
Ferreira da Silva não é apenas um recordista olímpico, é um negro que nasceu no
primeiro quarto do século vinte e conseguiu derrubar barreiras sociais imensas.
O verdadeiro herói brasileiro.
Fonte: https://revistaraca.com.br/wp-content/uploads/2021/05/Revista-Raca-224-DIGITAL1_compressed1-1.pdf. Acesso por assinante em: 23/05/2021.
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