Uma equipe de cientistas poloneses afirma ter descoberto o único exemplar conhecido de uma múmia egípcia grávida embalsamada.
A descoberta
foi feita por pesquisadores do 'Projeto Múmia de Varsóvia' e revelada na
revista científica Journal of Archaeological Science na quinta-feira (29).
O projeto, iniciado em
2015, usa tecnologia para examinar artefatos armazenados no Museu Nacional de
Varsóvia.
Os especialistas dizem
acreditar que os restos mortais são provavelmente de uma mulher de alto status,
com idade entre 20 e 30 anos, que morreu durante o século 1 a.C.
"Apresentado aqui está o único
exemplo conhecido de uma mulher grávida mumificada e as primeiras imagens
radiológicas desse feto", escreveram eles no artigo científico anunciando
a descoberta.
Analisando o perímetro cefálico do
feto, eles estimam que a mãe morreu por razões desconhecidas entre 26 e 30
semanas de gravidez.
"Esta é a nossa descoberta mais
importante e mais significativa até agora, uma surpresa total", diz
Wojciech Ejsmond, da Academia Polonesa de Ciências, que participou da
descoberta, à agência de notícias Associated Press.
Quatro recipientes, supostamente órgãos
embalsamados, foram encontrados dentro da cavidade abdominal da múmia, mas os
cientistas afirmam que o feto não foi removido do útero.
Segundo os cientistas, não está claro
por que ele não foi extraído e embalsamado separadamente. Eles especulam que
crenças espirituais sobre a vida após a morte ou dificuldades físicas com a
remoção podem ter contribuído para isso.
'A Sra
Misteriosa'
Pesquisadores do projeto múmia
apelidaram a mulher de 'Senhora Misteriosa' do Museu Nacional de Varsóvia por
causa de relatos conflitantes sobre suas origens.
Eles dizem que os restos mortais mumificados foram doados pela
primeira vez à Universidade de Varsóvia em 1826. O doador alegou que a múmia
foi encontrada em túmulos reais em Tebas (cidade do Egito Antigo),
mas os pesquisadores dizem que era comum no século 19 atribuir falsamente
antiguidades a lugares famosos para aumentar seu valor.
Inscrições
no elaborado caixão e sarcófago levaram os especialistas do século 20 a
acreditar que a múmia dentro era de um sacerdote chamado Hor-Djehuti.
Mas agora os
cientistas, tendo identificado a múmia como sendo do sexo feminino, a partir de
tecnologia de digitalização, dizem acreditar que ela foi colocada em algum
momento no caixão errado por negociantes de antiguidades durante o século 19,
quando saques e embrulhamento de restos mortais não eram incomuns.
Eles
descrevem a condição da múmia como "bem preservada", mas dizem que
danos à proteção do pescoço sugerem que em algum momento ela foi manuseada em
busca de objetos de valor.
Os
especialistas afirmam que pelo menos 15 itens, incluindo um "rico
conjunto" de amuletos em forma de múmia, foram encontrados intactos dentro
das embalagens.
Uma das
pesquisadoras do projeto, Marzena Ożarek-Szilke, disse à agência de notícias
estatal polonesa que seu marido primeiro avistou o que parecia ser "um
pezinho" em uma das imagens.
Ela disse que a equipe espera em seguida estudar pequenas quantidades de tecido para estabelecer a causa da morte da mulher.
Fonte: https://g1.globo.com/mundo/noticia/2021/04/30/a-surpreendente-historia-por-tras-da-1a-mumia-egipcia-gravida-descoberta.ghtml.
Acesso em 30/04/2021.
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