Iemanjá é a Rainha do Mar e as suas
representações no Candomblé são Asèssu, a Iemanja vestida de verde e Assabá, a
Iemanja vestida de azul. Com o nome derivado da expressão Iorubá “Yèyé omo ejá”
que significa “Mãe cujos filhos são peixes”, Iemanjá, Yemanjá, Yemaya, Iemoja
ou Yemoja, é um orixá africano, identificada no jogo do merindilogun pelos odu
ejibe e ossá. Na Mitologia Yoruba, a dona do mar é Olokun que é mãe de Yemojá,
ambas de origem Egbá.
Yemojá, que é saudada como Odò (rio)
ìyá (mãe) pelo povo Egbá, por sua ligação com Olokun, Orixá do mar (masculino
(em Benin) ou feminino (em Ifé)), muitas vezes é referida como sendo a rainha
do mar em outros países. Cultuada no rio Ògùn em Abeokuta.
Iemanjá, rainha do mar, é também
conhecida por dona Janaína, Inaê, Princesa de Aiocá e Maria, no paralelismo com
a religião católica. Aiocá é o reino das terras misteriosas da felicidade e da
liberdade, imagem das terras natais da África, saudades dos dias livres na
floresta.
Além da grande diversidade de nomes
africanos pelos quais Iemanjá é conhecida, a forma portuguesa Janaína também é
utilizada, embora em raras ocasiões. A alcunha, criada durante a escravidão,
foi a maneira mais branda de “sincretismo” encontrada pelos negros para a
perpetuação de seus cultos tradicionais sem a intervenção de seus senhores, que
consideravam inadimissíveis tais “manifestações pagãs” em suas propriedades[2].
Embora tal invocação tenha caído em desuso, várias composições de autoria
popular foram realizadas de forma a saudar a “Janaína do Mar” e como canções
litúrgicas.
Pierre Verger ou Pierre Edouard
Leopold Verger foi um fotógrafo e etnólogo autodidata franco-brasileiro,
babalawo, que é um sacerdote Yoruba. Verger dedicou a maior parte de sua vida
ao estudo da diáspora africana, as religiões afro-derivadas do novo mundo, bem
como os seus fluxos culturais e econômicos resultando de e para a África. No
livro Dieux D’Afrique registrou: “Iemanjá, é o orixá dos Egbá, uma nação iorubá
estabelecida outrora na região entre Ifé e Ibadan, onde existe ainda o rio
Yemoja. Com as guerras entre nações iorubás levaram os Egbá a emigrar na
direção oeste, para Abeokuta, no início do século XIX. Não lhes foi possível
levar o rio, mas, transportaram consigo os objetos sagrados, suportes do axé da
divindade, e o rio Ògùn, que atravessa a região, tornou-se, a partir de então,
a nova morada de Iemanjá. Este rio Ògùn não deve, entretanto, ser confundido
com Ògún, o orixá do ferro e dos ferreiros.”
No Brasil, Iemanjá é muito popular
entre os seguidores de religiões afro-brasileiras. Em Salvador ocorre no dia 2
de Fevereiro, uma das maiores festas do país em homenagem à “Rainha do Mar”. A
celebração envolve milhares de pessoas que, trajadas de branco, saem em
procissão até ao templo-mor, localizado próximo à foz do rio Vermelho, onde
depositam variedades de oferendas, tais como espelhos, bijuterias, comidas,
perfumes e toda sorte de agrados.
Outra festa importante dedicada a
Iemanjá ocorre durante a passagem de ano no Rio de Janeiro. Milhares de pessoas
comparecem e depositam no mar oferendas para a dividade. A celebração também
inclui o tradicional “Banho de pipoca” e as sete ondas que os fiéis, ou até
mesmo seguidores de outras religiões, pulam como forma de pedir sorte à Orixá.
Na Umbanda, é considerada a divindade
do mar, além de ser a deusa padroeira dos náufragos, mãe de todas as cabeças
humanas.
As qualidades da rainha do mar
Yemowô – que na África é mulher de
Oxalá,
Iyamassê – é a mãe de Sàngó,
Yewa – rio africano paralelo ao rio
Ògún e que frequentemente é confundido em algumas lendas com Yemanjá,
Olossa – lagoa africana na qual
desaguam os rios Yewa e Ògún,
Iemanjá Ogunté – que casa com Ògún
Alagbedé,
Iemanjá Asèssu – muito voluntariosa
e respeitável,
Iemanjá Saba ou Assabá – está sempre
fiando algodão é a mais jovem.
* Dia: Sábado.
* Data: 2 de fevereiro.
* Metal: prata e prateados.
* Cor: prata transparente, azul,
verde água e branco.
* Comida: manjar branco, acaçá,
peixe de água salgada, bolo de arroz, ebôya, ebô e vários tipos de furá.
* Arquétipo dos seus filhos:
voluntarioso, fortes, rigorosos, protetores, caridosos, solidários em extremo,
ingênuos, amigo, tímido, vaidosos com os cabelos principalmente, altivos,
temperamentais, algumas vezes impetuosos e dominadores, e tem um certo medo do
mar.
* Símbolos: abebé prateado, alfange,
agadá, obé, peixe, couraça, adê, braceletes, e pulceiras.
Existe um sincretismo entre a santa
católica Nossa Senhora dos Navegantes e a orixá da Mitologia Africana Iemanjá.
Em alguns momentos, inclusive festas em homenagem as duas se fundem. No Brasil,
tanto Nossa Senhora dos Navegantes como Iemanjá tem sua data festiva no dia 2
de fevereiro. Costuma-se festejar o dia que lhe é dedicado, com uma grande
procissão pelo mar.
No dia 8 de dezembro, outra festa é
realizada à beira mar baiana: a Festa de Nossa Senhora da Conceição da Praia.
Esse dia, 8 de dezembro, é dedicado à padroeira da Bahia, Nossa Senhora da
Conceição da Praia, sendo feriado municipal em Salvador. Também nesta data é
realizado, na Pedra Furada, no Monte Serrat em Salvador, o presente de Iemanjá,
uma manifestação popular que tem origem na devoção dos pescadores locais à
Rainha do Mar – também conhecida como Janaína
A tradicional Festa de Iemanjá na
cidade de Salvador, capital da Bahia, tem lugar na praia do Rio Vermelho todo
dia 2 de Fevereiro. Na mesma data, Iemanjá também é cultuada em diversas outras
praias brasileiras, onde lhe são ofertadas velas e flores, lançadas ao mar em
pequenos barcos artesanais.
A festa católica acontece na Igreja
de Nossa Senhora da Conceição da Praia, na Cidade Baixa, enquanto os terreiros
de Candomblé e Umbanda fazem divisões cercadas com cordas, fitas e flores nas
praias, delimitando espaço para as casas de santo que realizarão seus trabalhos
na areia.
No Brasil, Iemanjá na versão de
Pierre Verger, representa a mãe que protege os filhos a qualquer custo, a mãe
de vários filhos, ou vários peixes, que adora cuidar de crianças e animais
domésticos.
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Fonte: Cultura
Bahiana
Extraído de: https://www.geledes.org.br/iemanja-a-rainha-do-mar/?utm_source=pushnews&utm_medium=pushnotification&fbclid=IwAR2GWLN9jgjdwLBjHt7FJHgFJL-L87ZJ2GUARbccVw7KvCbl2eMaPEkKNZM.
Acesso em: 02/02/2020.
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