Quando o cantor,
compositor e ritmista paraibano José Gomes Filho (Alagoa Grande / PB, 31 de
agosto de 1919 – Brasília / DF, 10 de julho de 1982) convidou a comadre
Sebastiana para dançar e xaxar na Paraíba em 1953, ano em que o artista lançou
a gravação original do coco Sebastiana (Rosil
Cavalcanti), o nordeste do Brasil ganhou um novo rei.
Se Luiz Gonzaga já tinha sido entronizado há sete anos como o Rei do baião, gênero que ele mostrara em 1946 como se
dança, José virou o rei do ritmo. Mas José, talvez por saber que tinha Zé
demais na Paraíba, se entronizou na nação nordestina com o nome artístico de
Jackson do Pandeiro.
Jackson do Pandeiro foi rei pela habilidade rara de brincar com os
tempos musicais, pela manemolência no toque do instrumento incorporado ao nome
artístico desse cantor-músico e pela divisão singular com que repartia cocos,
xaxados, rojões, emboladas, baiões, frevos e sambas. Em 2019, Jackson do
Pandeiro é um rei centenário.
Nascido há 100 anos, o artista será alvo de homenagens ao longo do ano
na Paraíba, estado que celebra o ídolo natal com a instituição do Ano Cultural
Jackson do Pandeiro, aprovado em decreto publicado em outubro de 2018.
Entre os tributos, está um musical de teatro, O marco do Rei do ritmo - Um musical em cordel, em
fase de seleção de elenco e previsto para ser apresentado na cidade de Campina
Grande (PB) dentro da programação da 10ª edição do Festival Internacional de Música de Campina Grande (FIMus).
Jackson do Pandeiro merece todas as homenagens. Se o cancioneiro
referencial de Luiz Gonzaga tem o peso de um tratado das dores e delícias do
universo nordestino, o repertório menos celebrado de Jackson prioriza a festa,
o lúdico e o prazer, expondo a destreza de músico que sabia cair no suingue
como poucos.
O supra-sumo dessa obra está registrado em discos de 78 rotações por
minutos lançados entre 1953 e 1958 pela (atualmente já extinta) gravadora
Copacabana. Contudo, a discografia do artista na gravadora Philips, construída
no período que vai 1960 a 1965, também é relevante e merece reavaliação no ano
do centenário de Jackson do Pandeiro.
Os álbuns Cantando de Norte a Sul (1960), Melodia, ritmo e a personalidade de Jackson do Pandeiro (1961), Mais ritmo (1961), A alegria da casa (1962), ...É batucada! (1962), Forró do Zé Lagoa (1963), Tem jabaculê (1964), Coisas nossas (1965) e ...E vamos nós... (1965) representam bem o
estilo de Jackson do Pandeiro, um rei da batucada, agora centenário.
Fonte: https://g1.globo.com/pop-arte/musica/blog/mauro-ferreira/post/2019/01/05/jackson-do-pandeiro-rei-do-ritmo-nascido-ha-100-anos-motiva-musical-de-teatro-e-ano-cultural-na-paraiba.ghtml. Acesso em 23/06/2019
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