Uma história em quadrinhos onde os heróis são divindades
africanas. É esse o mote do livro Contos dos Orixás, do quadrinista baiano Hugo
Canuto, que será lançado hoje no Teatro Sesi Rio Vermelho, às 19h, em evento
com bate-papo e sessão de autógrafos.
Em 120 páginas, a obra narra a criação do mundo segundo a
mitologia yorubá, que influenciou a criação de religiões como o candomblé, a
ubanda e a santeria. Tudo ilustrado de forma rica e editado em material de alta
qualidade.
O lançamento vem em um bom momento para o
mercado, exatamente um ano depois de Pantera Negra quebrar recordes
no cinema. Primeiro filme do universo Marvel com um super-herói negro, a
produção atendeu a uma demanda por representatividade racial no universo das
HQS e do cinema, que se refletiu em bilhões de dólares arrecadados e em uma
experiência cultural única, com diversos “rolês” mundo afora.
Hugo lembra, no entanto, que a ideia de fazer uma HQ em que os heróis fossem orixás tomou fôlego anos antes, em 2016, depois que ele fez uma releitura de ilustrações clássicas de heróis também da Marvel, numa homenagem ao quadrinista Jack Kirby.
Hugo lembra, no entanto, que a ideia de fazer uma HQ em que os heróis fossem orixás tomou fôlego anos antes, em 2016, depois que ele fez uma releitura de ilustrações clássicas de heróis também da Marvel, numa homenagem ao quadrinista Jack Kirby.
“Postei nas redes sociais e vi que
com aquela primeira experiência a gente conseguiu mexer um pouco com as
estruturas, as pessoas interagiram muito, perguntaram do que se tratava, como
fazia para comprar. Vi como uma ponte para gente construir um discurso novo e,
quem sabe, desfazer visões preconceituosas e intolerantes”, diz o quadrinista,
que antes de se aventurar nesse universo, chegou a trabalhar como arquiteto.
“Fui arquiteto, mas não era feliz. Sempre gostei de desenhar, sempre amei
quadrinho, só que a gente cresce achando que essas coisas não são trabalho”,
recorda.
Decisão tomada, uma preocupação foi como
tratar o tema com o respeito e o cuidado necessários. Para isso, Hugo, que
estava morando em São Paulo, decidiu voltar à Salvador para se cercar de gente
que pudesse lhe orientar.
Dentre as importantes contribuições, estão a do
professor Mawô Adelson S. de Brito, que ele conheceu durante o curso de língua
e cultura Yorubá, e das sacerdotisas do Terreiro do Gantois.
“Com muita generosidade, todos que foram
consultados compartilharam um pouco de sua sabedoria, leram o material original
e o acompanharam em momentos importantes e, desse somatório de forças
positivas, nasceu o projeto”, conta Hugo.
Fonte: https://www.correio24horas.com.br/noticia/nid/livro-conto-dos-orixas-transforma-divindades-africanas-em-super-herois/
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