Segundo as pesquisas do doutor em geografia pela UFBA e professor da UNEB - Jânio Roque Barros de Castro, até a década de 1970, o carnaval de Cruz das Almas era a maior e mais importante festa em espaço público da cidade, sendo considerado como um dos mais tradicionais do interior da Bahia. Durante os dias do carnaval diversas manifestações culturais se apresentavam em praça pública, como a Marujuda, ternos diversos, burrinhas, zabumbada, bumba-meu-boi, caboclos, afoxés, rodas de samba, grupos de mascarados, blocos de Ãndios, batucadas, pranchas e outras.
No carnaval cruzalmense, os blocos utilizavam as
“pranchas” que eram caminhões enfeitados e animados por grupos musicais; essa
modalidade de carro alegórico se deslocava devagar pela praça da cidade,
carregando garotas vestidas de princesas, com trajes de época ou mesmo com
fantasias carnavalescas. Os carros eram ornamentados, coloridos e criativos. A
cada ano optava-se por uma determinada composição estética diferente. Era comum
homenagear os elementos da natureza envoltos em seres mÃticos, como o peixe
voador, as fadas, a cigarra gigante, entre outros.
Já o terno no passado era um tipo de bloco carnavalesco no qual um grupo de pessoas se vestia de forma igual para brincar o carnaval. O terno de Reis era ritual religioso e lúdico, enquanto que os ternos de carnaval eram práticas profanas sem conotação religiosa, a exemplo dos ternos de cão, nos quais as pessoas se pintam de preto e saiam dançando de forma irreverente pela cidade, uma prática ainda existente na festa do Senhor do Bomfim de Muritiba, no Recôncavo baiano. Dentre os ternos de Reis mais tradicionais de Cruz das Almas na década de 1950 e 1960, pode-se citar o terno da senhora Abigail (conhecida como Dona Dadinha).
Na década de 1950, um jornal local de Cruz das Almas já destacava a importância regional do tradicional carnaval nos clubes. Nessa época, não havia uma preocupação sistematizada com uma eventual concorrência assimétrica com o carnaval de Salvador, porque muitas pessoas da capital baiana se deslocavam para passar o perÃodo carnavalesco em cidades do interior, que realizavam essa festa popular, como Cachoeira e Cruz das Almas.
Castro, ainda salienta em suas pesquisas, que a partir da segunda metade da década de 1970, as manifestações lúdicas/culturais do carnaval de Cruz das Almas desapareceram, permanecendo apenas os blocos de carnaval no entorno dos trios elétricos. Dentre esses trios, se destacaram o Carbasa e o Estrelar.
No final dos anos 1980, com a extinção do carnaval, os trios resistem a reengenharia da prática festiva urbana e aparecem centralizando as práticas festivas nas micaretas (carnavais fora de época) de 1989 e 1990, promovidas pela prefeitura local, fenômeno, também existente em outras cidades da Bahia nesse perÃodo.
Já o terno no passado era um tipo de bloco carnavalesco no qual um grupo de pessoas se vestia de forma igual para brincar o carnaval. O terno de Reis era ritual religioso e lúdico, enquanto que os ternos de carnaval eram práticas profanas sem conotação religiosa, a exemplo dos ternos de cão, nos quais as pessoas se pintam de preto e saiam dançando de forma irreverente pela cidade, uma prática ainda existente na festa do Senhor do Bomfim de Muritiba, no Recôncavo baiano. Dentre os ternos de Reis mais tradicionais de Cruz das Almas na década de 1950 e 1960, pode-se citar o terno da senhora Abigail (conhecida como Dona Dadinha).
Na década de 1950, um jornal local de Cruz das Almas já destacava a importância regional do tradicional carnaval nos clubes. Nessa época, não havia uma preocupação sistematizada com uma eventual concorrência assimétrica com o carnaval de Salvador, porque muitas pessoas da capital baiana se deslocavam para passar o perÃodo carnavalesco em cidades do interior, que realizavam essa festa popular, como Cachoeira e Cruz das Almas.
Castro, ainda salienta em suas pesquisas, que a partir da segunda metade da década de 1970, as manifestações lúdicas/culturais do carnaval de Cruz das Almas desapareceram, permanecendo apenas os blocos de carnaval no entorno dos trios elétricos. Dentre esses trios, se destacaram o Carbasa e o Estrelar.
No final dos anos 1980, com a extinção do carnaval, os trios resistem a reengenharia da prática festiva urbana e aparecem centralizando as práticas festivas nas micaretas (carnavais fora de época) de 1989 e 1990, promovidas pela prefeitura local, fenômeno, também existente em outras cidades da Bahia nesse perÃodo.
REFERÊNCIA:
CASTRO, Jânio Roque Barros de. Da Casa à Praça Pública - A Espetacularização das Festas Juninas no Espaço Urbano. Salvador: EDUFBA, 2012, pp. 170 e 315.
CASTRO, Jânio Roque Barros de. Da Casa à Praça Pública - A Espetacularização das Festas Juninas no Espaço Urbano. Salvador: EDUFBA, 2012, pp. 170 e 315.
FONTES:
https://almanaquecruzalmense.wordpress.com/
http://www.portalcruzalmense.com.br/
https://almanaquecruzalmense.wordpress.com/
http://www.portalcruzalmense.com.br/
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