O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento divulgou nesta segunda-feira (29) um retrato do Brasil nas Ăşltimas duas dĂ©cadas. Na mĂ©dia, o ĂŤndice de Desenvolvimento Humano dos municĂpios brasileiros melhorou bastante. Houve aumento da renda e da expectativa de vida. A educação tambĂ©m avançou, mas ficou bem longe do ideal e foi o indicador que menos contribuiu para o resultado positivo.
Os pesquisadores se basearam nos dados dos trĂŞs Ăşltimos Censos do IBGE. Estudaram 180 indicadores para avaliar as condições de vida da população. ConcluĂram que o ĂŤndice de Desenvolvimento Humano dos MunicĂpios brasileiros, IDH-M, teve uma melhora de quase 50% em 20 anos.
Passou de muito baixo, em 1991, para alto, em 2010. Isso significa que caiu a mortalidade infantil. As mães estão tendo menos filhos e o brasileiro está vivendo mais.
“Um brasileiro que nasce hoje tem uma expectativa de vida nove anos maior do que era há 20 anos”, explicou Jorge Chediek, coordenador da ONU no Brasil.
Um indicador importante, a renda das famĂlias, avançou. Outro, a educação, tambĂ©m, mas ainda precisa melhorar muito, segundo os pesquisadores. Eles dizem que Ă© muito grande a desigualdade de renda e de acesso aos serviços básicos entre os municĂpios, entre as regiões e entre as pessoas.
Os 44 municĂpios com os melhores Ăndices ficam nas regiões Sul e no Sudeste, alĂ©m do Distrito Federal. O lĂder Ă© SĂŁo Caetano do Sul, em SĂŁo Paulo. Os 48 municĂpios com piores Ăndices ficam nas regiões Norte e Nordeste. O pior IDH-M Ă© o de Melgaço, no Pará.
Os pesquisadores disseram que, na mĂ©dia nacional, o IDH-M melhorou por causa do crescimento da economia, que aumentou o nĂvel de emprego e os salários. E que, para corrigir as desigualdades, Ă© preciso investir em mais polĂticas pĂşblicas, principalmente em educação.
“Se as pessoas começam a vida na escola, significa que elas vĂŁo ter uma vida no mercado de trabalho melhor e depois vĂŁo viver mais”, declara Marcelo Neri, presidente do Ipea.
A escolaridade da população adulta expõe os desafios que o Brasil tem na educação. Apenas 41% das pessoas entre 18 e 20 anos concluĂram o Ensino MĂ©dio, e pouco mais da metade da população com mais de 18 anos conseguiu terminar o Ensino Fundamental.
Maria Gilma trabalha na limpeza de uma escola. TĂŁo perto dos livros, mas ainda nĂŁo sabe ler. “É meu sonho porque eu sou um ser humano que sou quase cega”, declarou.
Arapiraca, a 125 quilĂ´metros de MaceiĂł. Este ano, em uma escola pĂşblica, os alunos ainda nĂŁo tiveram aulas de histĂłria, fĂsica e portuguĂŞs.
As turmas tĂŞm poucos alunos. A sala sĂł fica cheia porque o professor deu um jeitinho. Juntou os alunos da turma dele com os outros que estavam sem aula, porque falta professor.
Em nota, a Secretaria de Educação de Alagoas diz que vai fazer concurso para contratar mais professores.
Na outra ponta do estudo está o Distrito Federal com o melhor Ăndice na educação.
“A nossa escola praticamente nĂŁo tem evasĂŁo. Visto que a gente tem esse histĂłrico de estar cobrando muito dos alunos para que eles tenham sucesso”, declara Maria Elvira Alves da Costa, professora. Fonte: JN
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