A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) anunciou que vai investigar a postura do governo brasileiro em relação à morte do jornalista Vladimir Herzog, em 1975, ainda sob o período da ditadura militar. Apesar das evidências de que o jornalista tenha sido submetido a tortura até a morte nas dependências da polícia política, em São Paulo, as autoridades militares da época informaram que Herzog tinha se matado.
Apresentaram uma foto para sustentar a versão de suicídio. O corpo do jornalista na cela, com as pernas dobradas, como se tivesse se enforcado com um cinto. Outro detalhe: a altura em que ele estava amarrado à janela era menor do que a estatura dele.
A morte do jornalista Vladimir Herzog foi um dos fatos mais marcantes da ditadura e provocou vários protestos. Foi um dos motivos que acabaram levando o então presidente general Ernesto Geisel a afastar o comandante do segundo exército, Ednardo Dávila.
A Comissão Interamericana de Direitos Humanos quer saber por que o Brasil não puniu os responsáveis. O governo brasileiro foi notificado e terá dois meses pra apresentar a defesa. A Advocacia-Geral da União (AGU) afirmou que vai trabalhar em conjunto com o Itamaraty e a Secretaria de Direitos Humanos para apresentar a resposta do governo brasileiro.
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