O paradoxal é que a explosão da violência no Rio é resultado direto do bom trabalho realizado pelas autoridades da área de segurança naquele Estado, tirando os espaços dos bandidos e fazendo com que eles percam o controle das comunidades. O que se vê é a prática terrorista de marginais que estão se sentindo acuados e desesperados e tentam, a todo custo, intimidar as autoridades atingindo diretamente a população com ações dispersas e ataques a pessoas inocentes.
Um amigo meu, com boa dose de humor negro, disse, ao ver o noticiário, que os baianos estão livres de enfrentar um problema como o que passa o Rio de Janeiro porque aqui os bandidos passeiam à vontade, dominam ruas e bairros da periferia e só são incomodados pontualmente quando a Secretaria de Segurança Pública faz uma de suas operações que só produzem efeitos mesmo na propaganda oficial.
Tão logo os policiais saem, os traficantes reocupam seus espaços e seguem a vida, matando e torturando aqueles que lhes interessam, quando e onde bem querem. Sem uma ação social efetiva, os bandidos continuam a recrutar novos “soldados” a cada dia, numa velocidade muito superior à capacidade da polícia.
Num quadro assim, de nada adianta o sentido choro do secretário de Segurança ao visitar a família do pequeno capoeirista assassinado dentro de casa no Nordeste de Amaralina. Em vez de lágrimas, nossas autoridades precisam é agir de forma inteligente e eficiente contra os criminosos, com uma ação integrada, envolvendo iniciativas policiais, educacionais e sociais.
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